Impedimento de Dino e Zanin? Defesa de Bolsonaro muda de pelo, não de vício



IMPEDIDOS POR QUÊ?
Nem Dino nem Zanin se incluem entre as causas de impedimento ou suspeição de que tratam os Artigos 252 a 255 do Código de Processo Penal, e Vilardi e sua equipe sabem disso. A Íntegra do CPP está aqui. E, que se saiba, o fato de terem sido indicados pelo presidente Lula não é causa de suspeição, uma vez que se tornaram membros do STF segundo as regras do jogo.

“Ah, mas Dino era ministro da Justiça quando houve os ataques do 8 de janeiro…” Entendi. Porque integrava, à época, o governo que os golpistas tentaram derrubar, deveria, agora no Supremo, ser impedido de julgar o caso? O argumento, está posto, basta ler a lei, não é técnico, mas apenas político. A ser assim, deem-se por impedidos os 11 magistrados, já que toda a Corte foi atacada.

Zanin atuou como advogado de Lula em causas que não tinham relação nenhuma com a tentativa de golpe de Estado. Também nesse caso, o que se tenta é lançar uma sombra de suspicácia que está entre a patrulha ideológica e a politicagem. É evidente que isso não vai prosperar.

A propósito: digamos que Vilardi fosse bem-sucedido no seu esforço de levar o caso para ao pleno — o que também não deve acontecer —, pergunto: ele entraria com um pedido para tentar tirar André Mendonça do julgamento? Quando o ministro foi aprovado pelo Senado, comemorou imediatamente após com a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que começou a dar pulinhos e a falar em línguas, depois de um abraço emocionado no ministro e familiares.

E quanto a Nunes Marques? Referindo-se a ambos, disse o então presidente em 2021: “Hoje em dia, eu não mando nos dois votos no Supremo, mas são dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado dentro do Supremo Tribunal Federal”. E, com efeito, ambos refutaram a imputação de tentativa de golpe de estado para os aloprados do 8 de janeiro, embora Mendonça, um pouco mais severo que seu colega, tenha reconhecido, a depender do réu, tentativa de abolição do estado de direito. Ninguém nunca me viu, nem aqui nem em lugar nenhum, a defender o impedimento de ambos. A razão é simples: posso não gostar dos votos; posso não concordar com eles; posso achar absurdo que não reconheçam aquilo que os áudios que vieram a público escancaram… E daí? Chegaram lá segundo as regras do jogo.

A DELAÇÃO DE CID
Em entrevistas, Bolsonaro tem repetido o que diz a sua defesa sobre a suposta coação a que Mauro Cid teria sido submetido quando Moraes lembra, no curso de um depoimento, que sua delação poderia ser rescindida, o que implicaria que pai, mãe e filha pudessem ser processados.



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