
Imagine a seguinte cena: uma dona de casa retorna das compras carregando sacolas, seguida por uma criatura enorme e assustadora, com a palavra “Inflação” estampada no peito. Ao ver a expressão de espanto no rosto do marido, ela prontamente explica: “Fui ao mercado e isso aqui veio de brinde!”
Se a inflação fosse um monstro de estimação, estaríamos todos precisando de coleiras mais fortes. Os preços dos alimentos resolveram fazer acrobacias, subindo como se estivessem treinando para as Olimpíadas. O tomate, por exemplo, deve estar se achando o novo caviar, e o arroz está considerando abrir uma conta offshore. Enquanto isso, nosso salário tenta se esticar mais que elástico velho, mas acaba parecendo aquele cobertor curto que não cobre nem os pés.
O governo, em uma tentativa de domar essa criatura indomável, aumenta a taxa de juros como quem oferece um biscoito para um leão faminto, esperando que ele se acalme. Mas a inflação, esperta que só, continua rondando nossos carrinhos de compras, pegando carona nas promoções e transformando qualquer ida ao mercado em uma aventura digna de filme de terror.
No final das contas, só nos resta rir para não chorar, enquanto esperamos que esse monstro tire férias e nos deixe, finalmente, respirar aliviados no caixa do supermercado.