Uma tentativa de furto de cabos deixou a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, sem luz por quase 10 horas nesta quarta-feira (29). A falta de energia afetou o funcionamento de diversas delegacias especializadas.
Segundo a Light, concessionária responsável pelo abastecimento, um cabo da rede subterrânea foi rompido às 4h da madrugada, mas não chegou a ser levado. A luz foi restabelecida por volta de 13h30. Enquanto isso, o local que abriga 15 delegacias, operou por gerador próprio da polícia.
Ninguém foi preso. A Polícia Civil investiga a autoria do crime e possíveis conexões com grupos que atuam na região.
Apesar da luz restabelecida, equipes da Light atuavam no reparo até o fim da tarde.
Autoridades têm intensificado fiscalizações em ferros-velhos para combater a receptação dos materiais furtados, mas a reincidência dos crimes ainda preocupa.
Um levantamento da Light aponta que os furtos de cabos têm causado impactos significativos no fornecimento de energia. De janeiro a novembro de 2024, a concessionária registrou 326 casos de furto de cabos, resultando em um prejuízo superior a R$ 8 milhões e na perda de cerca de 63.000 metros de cabos.
A Cidade da Polícia ficou sem luz no mesmo dia em que as polícias civis do Rio de Janeiro e do Espírito Santo fazem uma grande operação no Complexo da Maré. Os alvos presos e o material apreendido na ação estão sendo levados para a 21ª DP (Bonsucesso).
A Cidade da Polícia é cercada pelas favelas do Jacarezinho e de Manguinhos. O complexo possui muros altos, mas que não têm inibido ações criminosas.
Em fevereiro do ano passado, uma máquina de fabricar cigarros de 6 metros de comprimento e mais de 5 toneladas foi furtada de dentro do local.
A Polícia Civil afirma que realiza ações contínuas para combater esse tipo de crime. Desde setembro de 2024, a DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) fiscalizou 73 ferros-velhos no estado, autuando os responsáveis em 68 deles e apreendendo mais de 1,5 tonelada de materiais metálicos.
No entanto, de acordo com as investigações, as organizações criminosas têm abrigado ferros-velhos no interior de comunidades, dificultando as ações de fiscalização e repressão.
Além disso, segundo a polícia, a legislação vigente dificulta a manutenção dos criminosos detidos, permitindo que retornem às ruas para cometer novos delitos.