No sábado, 25 de janeiro, movimentos sociais protestaram em frente à Catedral da Sé, na região central, durante a missa solene em comemoração aos 471 anos de São Paulo, pedindo por tarifa zero nos transportes públicos. O ato foi seguido por uma ação solidária liderada pelo Padre Júlio Lancellotti e movimentos sociais, que ofereceram um café da manhã para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Enquanto isso, dentro da Catedral, a cerimônia religiosa era presidida pelo cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e reunia bispos auxiliares, sacerdotes, fiéis, além de autoridades civis e militares, como o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Representantes de diversas tradições religiosas também marcaram presença, destacando o simbolismo da data.
“O Padre Júlio sempre busca organizar este café no aniversário de São Paulo, uma data simbólica para destacar o cuidado com quem mais precisa”, contou um dos membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A ação, que já se tornou tradição, contou com o apoio de movimentos como o MTST, MPL e outros, reforçando a solidariedade em um contexto de desigualdades crescentes na cidade.
Uma representante do MPL afirmou que o objetivo é conscientizar as pessoas, especialmente aquelas que saem da missa, sobre a situação do transporte público na cidade, destacando que a tarifa de R$ 5,20 é incompatível com a realidade da população.
O movimento também denuncia que, enquanto prefeitos e empresários exaltam uma cidade “linda e limpa”, a realidade das periferias é marcada por miséria, racismo e precariedade no transporte e nos serviços básicos.
Durante a missa, o cardeal Scherer relembrou a origem histórica da cidade, fundada em 25 de janeiro de 1554 pelos missionários jesuítas, incluindo Padre Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta. “São Paulo nasceu de uma missa e do anúncio do Evangelho”, destacou, enfatizando a ligação da Igreja com a construção social e cultural da metrópole.
Por outro lado, os discursos do prefeito e do governador ficaram marcados pela ausência de menções aos impactos das fortes chuvas ocorridas no dia anterior, que causaram estragos na capital.
Ricardo Nunes destacou a hospitalidade de São Paulo como um polo cultural que abraça pessoas de todo o Brasil, citando que “cidade está cada dia mais acolhedora”. Enquanto Tarcísio de Freitas relembrou a missão jesuíta de 1549 e a importância da evangelização.
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