Está marcada para este domingo (2), às 14h, a implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre o Tocantins e o Maranhão.
De acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a técnica de implosão utilizará fogo controlado e explosivos para fragmentar as formações rochosas e permitir a demolição, já que o local é de difícil acesso para maquinário pesado.
Por causa disso, dezenas de casas nas cidades de Aguiarnopólis (TO) e Estreito (MA) terão de ser evacuadas —o perímetro de segurança é de aproximadamente 2,1 km em ambos os municípios.
O secretário de Meio Ambiente e porta-voz da Defesa Civil de Aguiarnópolis afirmou à Folha que entre 200 e 250 pessoas, que moram nas ruas JK e João Aguiar, terão de deixar seus imóveis no domingo, a partir do meio-dia. Segundo ele, tanto na quinta-feira (30) quanto nesta sexta-feira (31), agentes do município estiveram nas casas para registrar as estruturas e também conscientizar a população.
O município disponibilizou um ônibus para ajudar no deslocamento e também uma quadra coberta para que as pessoas fiquem durante a implosão. As pessoas poderão voltar para casa a partir das 14h30.
A prefeitura de Estreito não informou o número de pessoas afetadas, mas ressaltou que a Defesa Civil notificará pessoalmente os moradores da área, solicitando a saída temporária. Haverá um local seguro para que eles aguardem a conclusão do evento.
O Dnit disse que os técnicos responsáveis pela ação fizeram vistorias nas residências e que, apesar da necessidade de evacuação, por medida preventiva de segurança, nenhuma residência será impactada.
Estarão proibidos o tráfego de veículos em todo o perímetro de segurança, incluindo o rio. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a Marinha também auxiliarão na operação, assim como a Defesa Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e as prefeituras dos dois municípios.
Parte da ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, enquanto dez veículos passavam pelo local. Na ocasião, 18 pessoas caíram no rio, das quais 14 morreram e 3 seguem desaparecidas —1 sobreviveu.
Na ocasião, o vão central da construção cedeu derrubando pelo menos dez veículos, incluindo três caminhões transportando cerca de 25 mil litros de agrotóxicos e 76 toneladas de ácido sulfúrico.
Além disso, um carro ficou por quase um mês preso no vão —o advogado dos donos do veículo disse a Folha que ele foi retirado.
A implosão da estrutura remanescente é uma etapa necessária para a reconstrução da ponte.
Em dezembro, o governo federal contratou por R$ 172 milhões um consórcio para reconstruir a estrutura. O consórcio Penedo-Neópolis foi escolhido por meio de um contrato emergencial, sem licitação. A previsão é que a obra seja concluída até o fim deste ano.
Reportagem da Folha mostrou que o Brasil tem 727 pontes federais —sob responsabilidade do Dnit— nas categorias crítica ou ruim, sendo 130 delas na pior condição possível.
