Como disse Leo Santana, “São Paulo virou a Bahia”. Na manhã deste domingo (9), o cantor arrastou uma multidão com o bloco Vem com o Gigante. À tarde, foi a vez de Daniela Mercury lotar ruas com a Pipoca da Rainha.
Foi o último dia de folia na capital paulista, que já foi dominada por artistas baianos no sábado (8), quando se apresentaram BaianaSystem, Jammil e Uma Noites e Timbalada.
Na manhã deste domingo, era difícil cruzar a avenida Pedro Álvares Cabral, na região do parque Ibirapuera, de tantos foliões reunidos para ver Leo Santana.
Sob forte calor, água em jatos ajudou a refrescar quem aproveitava a festa. Mesmo assim, a temperatura alta foi um desafio para o bloco.
Às 11h35, Leo Santana interrompeu a apresentação para pedir aos bombeiros que atendessem uma pessoa que passava mal ao lado esquerdo do trio. Ele esperou o socorro chegar e depois voltou com a folia.
O cantor levou para o bloco sucessos antigos e novos da carreira musical de quase 20 anos —à frente da banda Parangolé e depois solo. Leo Santana não falou com a imprensa.
Mayara Rodrigues de Sousa, 38, veio do Grajaú, na zona sul da capital paulista, para curtir a festa. Ela elogiou o Carnaval deste ano na capital paulista. Sousa acompanhou também o Monobloco no dia 23 de fevereiro —já no Rio, o grupo carioca fechou a programação de pós-Carnaval neste domingo.
“O Carnaval de São Paulo é perfeito. Pode vir que é seguro. Este ano foi melhor que o ano passado, em todos os aspectos, principalmente na segurança”, comentou.
Ana Luísa de Jesus Freitas, 24, de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, tem a mesma opinião. “Estou amando. A organização deste ano foi muito boa.”
Os ambulantes não reclamaram do movimento.
Vinícius Maia, 29, trabalha no Carnaval de São Paulo há seis anos. “Está melhor do que o ano passado, mas a média de lucro dos outros dias foi melhor: R$ 1.500, pelo menos até agora”, contou.
Quando abordado pela reportagem, Maia vendia duas cervejas da Brahma a R$ 10. Neste domingo, até às 13h30, o comerciante havia faturado R$ 650.
Flávio Araújo, 25, comercializa gelinhos. Ele considerou o movimento da semana passada melhor. Das 9h até por volta de meio-dia, Araújo havia faturado R$ 100. O Carnaval de 2025 foi o primeiro dele como ambulante.
“Por enquanto, não está sendo bom, talvez porque o Carnaval já passou.”
Daniela Mercury estreia canção
No bloco Pipoca da Rainha, puxado pela cantora Daniela Mercury, a sensação era, porém, de que o Carnaval ainda estava bem vivo. O cortejo reuniu uma multidão na rua da Consolação, no centro da cidade.
Ela trouxe, em seu repertório, a celebração dos 40 anos do axé, além homenagens à natureza e aos povos tradicionais.
“Trago uma canção nova, e os 40 anos do axé. Eu vou revisitar várias canções, homenagear vários colegas. A gente está muito feliz dever o nosso gênero consagrado”, disse, citando, entre outros nomes, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como artistas que gostaria de celebrar neste domingo.
Daniela cantou duas vezes “Axé Salvador”, seu lançamento para este Carnaval. Ela relata que essa música é uma homenagem ao gênero que chamou de “pop mundial”.
Em entrevista coletiva antes do show, a artista baiana exaltou também sua relação com os foliões paulistanos.
“A gente está aqui hoje para celebrar junto com São Paulo, e isso faz parte da minha vida”, acrescentou. “Eu me imaginei de São Paulo, como antropofágica paulistana.”
Além da nova música, clássicos como “Swing da Cor”, “O Canto da Cidade”, “Maimbê Dandá” e “Rapunzel” animaram a apresentação.
Em um determinado momento do show, um folião escalou o trio elétrico e acessou o espaço da banda. Ele foi retirado por seguranças. A atitude levou a Polícia Militar acompanhar o percurso dentro da corda.