Comércio exterior do Distrito Federal apresenta crescimento


Maiara Marinho
redacao@grupojbr.com

O Distrito Federal registrou um crescimento de 63,9% nas exportações e 58,4% nas importações de produtos no segundo trimestre de 2024, em relação ao trimestre anterior. Os dados, divulgados ontem (22) pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), destacam a China como principal destino das exportações, com 43% de participação, seguida pela Arábia Saudita (18,3%) e Japão (4,9%).

Os números do segundo trimestre de 2024 são positivos, especialmente quando comparados aos períodos anteriores. Apesar do primeiro trimestre de 2023 ter registrado os valores mais altos no intervalo entre 2022 e 2024 — com destaque para as importações, que somaram US$ 1,18 bilhão —, os trimestres seguintes apresentaram queda. O boletim do IPEDF, portanto, aponta uma recuperação significativa para a economia distrital.

As variações nos números do comércio exterior do DF podem ser atribuídas a dois fatores principais. Um deles é a concentração das exportações em produtos de baixo valor agregado. “Essa concentração em poucos produtos primários torna as exportações mais vulneráveis a flutuações de preços e demanda no mercado internacional”, explicou Gustavo Menon, doutor e professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Além disso, segundo Menon, “mudanças nas políticas comerciais de diferentes países ou a adoção de barreiras de exportação em tempos de protecionismo” também impactam os resultados. Apesar desses desafios, o salto de US$ 335,1 milhões em importações no primeiro trimestre de 2024 para US$ 531,1 milhões no segundo, e de US$ 49,3 milhões para US$ 81,2 milhões em exportações no mesmo período, reforça um clima de otimismo na economia local.

Principais produtos

Os dados históricos mostram que os principais produtos exportados pelo DF são pedaços e miudezas de galinha e soja. Por outro lado, vacinas e produtos imunológicos lideram as importações. No segundo trimestre de 2024, dos US$ 531,1 milhões importados, US$ 182,4 milhões foram destinados à compra de vacinas. Já entre os US$ 81,2 milhões exportados, a soja respondeu por US$ 41,9 milhões e as miudezas de galinha, por US$ 18 milhões.

Relevância para a economia do DF

Embora o valor das importações seja superior ao das exportações, indicando um gasto maior do que o retorno financeiro no comércio exterior, as importações refletem investimentos em setores avançados.

Segundo Gustavo Menon, “isso demonstra que o DF é um importante centro de distribuição ou consumo de produtos de alto valor agregado”. Já as exportações, mesmo com valores inferiores, são cruciais para setores como a agricultura.

Em 2023, o Distrito Federal ocupou o 24º lugar no ranking de exportações no Brasil e o 16º em importações. Menon destaca que o comércio exterior distrital apresenta uma estrutura econômica peculiar, “fortemente centrada no setor de serviços e na administração pública, diferindo significativamente de estados com economias mais diversificadas e industrializadas”. Ainda assim, ele acredita que há espaço para expansão, desde que haja um planejamento econômico eficiente.

Perspectivas

As condições do mercado internacional, a desvalorização do real e o aumento da concorrência de outros países exportadores podem impactar o desempenho futuro das exportações do DF. “O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos traz consigo uma política comercial protecionista, incluindo a ameaça de imposição de tarifas sobre produtos importados”, ressaltou Gustavo.


We will be happy to hear your thoughts

Leave a reply

Daily Deals
Logo
Shopping cart